Economia
08/11/2017Economia comportamental contribui para análises econômicas mais assertivas, analisa Sérgio Almeida
Em entrevista ao UM BRASIL, professor da Universidade de São Paulo comenta Prêmio Nobel de Economia de 2017

“A ideia é melhorar a parte psicológica dos modelos, sob a crença de que, ao fazer isso, você vai melhorar sua capacidade preditiva”, afirma Almeida
(Arte/TUTU)
“O Prêmio Nobel para um trabalho sobre economia comportamental é uma confirmação de que a união de economia e psicologia está estabelecida”, afirma o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Sérgio Almeida. Em entrevista realizada pelo canal UM BRASIL em parceria com o site InfoMoney, ele conversa com Thiago Salomão (InfoMoney) e Érica Fraga (UM BRASIL) sobre o tema da pesquisa que rendeu ao americano Richard Thaler o Nobel da Economia em 2017.
Segundo o comitê da Academia Sueca que seleciona os premiados, Thaler explorou como racionalidade limitada, preferências sociais e falta de autocontrole afetam tanto as decisões individuais quanto os resultados do mercado. Para Almeida, investigações dessa área, denominada “economia comportamental”, buscam mensurar os limites da racionalidade dos agentes econômicos e contribuem para tornar as análises econômicas mais assertivas. “A ideia é melhorar a parte psicológica dos modelos, sob a crença de que, ao fazer isso, você vai melhorar sua capacidade preditiva”, afirma.
Veja também:
Daniel Bell discute meritocracia e experimentalismo chineses
“O Brasil é o mercado financeiro mais seguro do mundo, mas isso tem um custo”, diz Rodrigo Zeidan
“Temos de nos comportar como uma das dez maiores potências do mundo, não podemos subordinar nossos interesses”, afirma Hussein Kalout
“Até o fim da década de 1970, a teoria econômica se povoava com um indivíduo racional que tinha preferências estáveis, o ‘homo economicus’”, explica o professor da FEA-USP. Segundo ele, desde então surgiram questionamentos sobre as decisões humanas serem estritamente racionais. “A partir disso, os economistas começaram a questionar essa concepção.”
Economia comportamental, ele explica, é um “guarda-chuva” que abriga uma série de tópicos que usam elementos empíricos e teóricos já consolidados da área de psicologia, e os aplicam aos modelos econômicos.
“Essa junção não é algo mais visto como heterodoxo ou com viés subversivo, como talvez fosse no passado”, diz o professor. “A prova disso é que já foram concedidos Prêmios Nobel para a área, bem como a medalha John Bates Clark, da Associação Americana de Economia. Também há teses de doutorado saindo dos melhores departamentos da área sobre economia comportamental, e nos periódicos acadêmicos há regularmente trabalhos sobre o tema”, conclui.
Confira a entrevista completa:
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/um-brasil/materias/economia-comportamental-contribui-para-analises-economicas-mais-assertivas-analisa-sergio-almeida
Notícias relacionadas
-
Economia Digital
IA aplicada à logística beneficia o e-commerce; veja como
Automação e roteirização inteligente reduzem custos, melhoram a experiência e abrem novas oportunidades
-
Economia Digital
Cerco às Big Techs: decisão do STF impõe novo regime de moderação da internet
MercadoConfiança do empresário do Comércio sobe em julho, mas queda anual aponta reflexo negativo da política econômica
MercadoPreocupações econômicas retraem consumo das famílias paulistanas
Recomendadas para você
-
Economia Digital
Inovação a partir de quem usa
“É do usuário que novas indústrias surgem”, afirma Eric von Hippel, pesquisador no MIT
-
Internacional
Excesso de processos burocráticos traz prejuízos às empresas e ao País
Economia defende que agilizar a burocracia não é uma questão só de processos
-
Economia Digital
Regulação pode conter os perigos ds plataformas digitais e da IA
Para conter riscos e ameaças trazidas, jornalista defende a “regulação democrática”
-
Economia Digital
Evolução dos meios de pagamento exige diversificação
Dinheiro e cartões seguem importantes para o varejo, que deve priorizar combinação eficiente dos métodos