Economia
12/06/2025FecomercioSP defende Reforma Administrativa como caminho para modernizar o Estado
Priorizar a eficiência da máquina pública e a melhoria na qualidade dos serviços públicos, como Saúde e Educação, deve ser o foco do GT que discute a pauta

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é uma das principais vozes na defesa de uma Reforma Administrativa que promova, de forma efetiva, a modernização do Estado brasileiro. Durante a reunião da Frente Parlamentar do Livre Mercado (FPLM), realizada na última quarta-feira (11), na sede da associação, em Brasília, representantes da FecomercioSP apresentaram uma série de propostas com foco em eficiência, menos burocracia, redução de desigualdades e melhor qualidade no uso dos recursos públicos.
A agenda foi debatida com o Grupo de Trabalho (GT), coordenado pelo deputado federal Pedro Paulo (PSD/RJ), criado para elaborar uma proposta sobre o tema. Na ocasião, Antonio Lanzana, presidente do Conselho Superior de Economia, Sociologia e Política da FecomercioSP, apresentou os pleitos da Entidade. “Uma questão a ser considerada, que foi enfatizada pelo deputado Pedro Paulo, é a proposta de transformação digital estatal, porque o setor produtivo avança na modernização, e o Estado permanece atrasado”, ressaltou. Ele ainda ressaltou que a digitalização do serviço público e a adoção de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA) e a blockchain, são essenciais para um Estado mais ágil e conectado com as necessidades da população, agilizando os serviços e reduzindo a burocracia.








No centro da discussão, também está a necessidade urgente de reformular o modelo atual de gestão pública, considerado pela Entidade como burocrático e custoso. A proposta da FecomercioSP é clara: promover uma transformação estrutural da administração pública sem retirar os direitos dos servidores, mas estabelecendo regras meritocráticas.
Nesse quesito, um dos pilares é a garantia de que mudanças nas regras valham apenas para novos servidores, preservando os direitos dos atuais. Isso inclui salários iniciais menores e progressão profissional mais lenta, além da unificação de carreiras entre ministérios e órgãos públicos para facilitar a mobilidade de funcionários. “A estrutura atual do funcionalismo público, que não adota critérios de desempenho ao longo da carreira, contribui para a má qualidade dos serviços e para o aprofundamento da desigualdade social — sobretudo entre os brasileiros que mais dependem do Estado”, destacou Lanzana.
Para corrigir distorções, propõe-se a proibição de supersalários, fazendo valer a regra de alinhamento dos tetos ao salário do presidente da República, e a eliminação de benefícios excessivos em cargos públicos.
A FecomercioSP destaca que a reforma é uma maneira de tornar o Estado mais ágil e menos desigual, beneficiando tanto a população quanto o setor produtivo, que lida com entraves burocráticos para gerar empregos e investir.
Compromisso por um Brasil mais eficiente
Ao lado de mais de cem entidades representativas e movimentos organizados da sociedade civil, a FecomercioSP reafirma o seu papel como protagonista na construção de um Estado moderno, funcional e justo. As 15 propostas buscam reduzir as desigualdades e visam melhorar a prestação de serviços públicos e a qualidade do gasto.
PROPOSTAS DA FECOMERCIO-SP PARA A REFORMA ADMINISTRATIVA
- Avanços na regulamentação do estágio probatório, com definição clara de uma avaliação criteriosa e pré-definida.
- Garantia de estabilidade apenas em carreiras públicas efetivamente ameaçadas de perseguição política.
- Definição de mudanças nas regras das carreiras públicas apenas para novos entrantes.
- Readaptação dos planos de carreiras públicas, com redução dos salários iniciais e programas mais lentos de progressão.
- Introdução de sistemas de avaliação com indicadores pré-definidos, públicos e diagonais às instâncias de governo.
- Criação de um sistema homogêneo de carreiras e cargos entre ministérios, agências e demais órgãos do governo, permitindo intercâmbio de funcionários.
- Aumento de salário do presidente da República e dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não deve resultar em reajustes das remunerações de cargos de confiança ao redor deles. Esses reajustes devem ser tratados de maneira independente.
- Permissão de reduções temporárias dos salários em situações extremas, como epidemias ou fortes restrições fiscais.
- Em consonância com o PL 2.721/2021, proibição de supersalários, estimando o teto das remunerações a partir do quanto ganha o presidente da República.
- Incentivar adoção da Reforma Administrativa em Estados e cidades;
- Proibição de privilégios remuneratórios e benefícios excedentes em cargos públicos.
- [PROPOSTA ATENDIDA] Modernização dos concursos públicos, conforme já sancionado pelo Executivo em setembro de 2024 (Lei 2.258/2024).
- Promoções para novos entrantes devem se dar em ciclos avaliativos (anuais ou bianuais) transparentes, bem como a evolução se limitar a 5% do total de pessoas de cada carreira e restringidas ao incremento de folha de pagamento não superior a 1% do total da dos contratados sob o novo regime.
- Revisão de cargos públicos obsoletos, pendente de estudos e, posteriormente, de eliminação de carreiras desnecessárias às demandas atuais.
- Regulamentação de demissão por baixo desempenho.
A FecomercioSP, que representa 1,8 milhão de empresários responsáveis por cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e aproximadamente 10 milhões de empregos, segue mobilizada ao lado do GT da Reforma Administrativa na Câmara para garantir que essas sugestões se transformem em políticas públicas concretas e sustentáveis.
Clique aqui e acesse detalhadamente a mobilização e todas as propostas defendidas. Acompanhe, ainda, as novidades e ações da Federação nessa importante agenda por um Estado mais eficiente.
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